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Os 10 principais erros cometidos pelas pequenas e médias empresas

No mundo empresarial rege um ditado que diz: "abrir um negócio é fácil, difícil é mantê-lo". Na prática, esse ditado mostra ser uma realidade cruel. Segundo um levantamento realizado pelo Sebrae, 30% das empresas brasileiras fecham suas portas no primeiro ano de vida. De acordo com os dados da Instituição, cerca de 96% das empresas que fecham as portas nos cinco anos iniciais pertenciam ao segmento das micros e pequenas empresas.

Mas o que leva o índice de mortalidade das jovens empresas atingirem números tão altos? Segundo o especialista Sérgio Nardi, palestrante em gestão empresarial e autor de livros sobre o assunto, há uma série de fatores que interferem negativamente no desempenho e a rentabilidade de uma empresa, principalmente, para aqueles que estão começando um negócio. "A inexperiência do aspirante a empresário em lidar com as operações burocráticas do dia a dia de uma empresa, tais como impostos, fluxo de caixa, financiamentos , carga tributária, além de falta de planejamento na constituição do empreendimento são fatores que podem levar ao fechamento de um empresa em seus primeiros anos de vida".

De acordo com o consultor em gestão empresarial, Sidney Shiroma, diretor da Fagus Consultoria, é essencial uma pesquisa aprofundada sobre o ramo de atuação e um planejamento para iniciar o futuro empreendimento. "Não possuir um plano de negócios ou planejamento estratégico, que oriente os rumos da empresa, é algo prejudicial. É preciso ter um plano bem claro, objetivo e detalhado, antes de realizar qualquer ação ou investimento, seja de tempo ou de dinheiro. Caso contrário a empresa fica extremamente exposta ao fator sorte", avalia Sidney.

Para o especialista Sérgio Nardi esse plano de negócio, caso seja bem elaborado, pode fazer a diferença no sucesso do empreendimento. "Através do plano de negócios é possível verificar e levantar dados a cerca, da demanda do mercado pelo produto, concorrentes presentes, futuros entrantes, preço médio do produto no mercado, payback e risco.

Problemas com o negócio, e agora?

Algumas empresas começam sem o lucro esperado, às vezes até com déficits acima do previsto. Outras dificuldades também podem aparecer como falhas operacionais, demora nas entregas, problemas com fornecedores.

Mas, geralmente, os problemas e as falhas do empreendimento acontecem pela forma que o próprio empresário está administrando seu negócio. Por isso, depois de aberto, é preciso muita dedicação e planejamento para transformar a empresa em um excelente empreendimento.

O consultor Sidney Shiroma revelou os 10 erros mais comuns cometidos pelas pequenas e médias empresas que podem atrapalhar um negócio. Confira!

  • Não possuir um plano de negócios, planejamento estratégico ou análise mercadológica;
  • Misturar as finanças da empresa com as pessoais;
  • Contratar qualquer familiar ou amigo, e não as pessoas mais adequadas para a empresa. É preciso estabelecer os pré-requisitos para cada cargo/função, e selecionar as pessoas com o melhor perfil/competências necessárias para a empresa;
  • Não estabelecer metas e prazos para as pessoas. Além de definir o que cada sócio/funcionário deve realizar, é preciso estabelecer uma data/hora para finalizar. Eliminar o gerúndio (estou fazendo, estou providenciando,...) pois tempo é dinheiro. As despesas têm data fixa para pagamento. O atraso de uma tarefa pode atrasar o recebimento de uma receita e prejudicar o fluxo de caixa da empresa;
  • Tomar decisões sem informações precisas, principalmente informações financeiras. É preciso ter um controle detalhado de todas as receitas, despesas fixas e variáveis, e investimentos. É fundamental simular os impactos futuros de qualquer ação. Ex: Saber qual o custo operacional para definir o preço de venda dos produtos e a política de descontos;
  • Contrair empréstimos para pagar as despesas operacionais, sem ter um plano de recuperação/reestruturação. Se a empresa não consegue pagar as despesas operacionais com as receitas da operação, é preciso mudar/rever o plano do negócio. Não confundir despesas operacionais com investimentos;
  • Não tomar as decisões no momento em que é preciso, principalmente quando envolvem demissões, mudanças de procedimentos, aumento de atividades e controles, suspensão de operações, aumento no investimento, entre outras. Prorrogar a decisão só aumenta o tamanho das mudanças e dos impactos;
  • Perder o comando, a comunicação e o respeito das pessoas. Todos têm a sua devida importância para o perfeito funcionamento do organismo, mas algumas pessoas são e precisam exercer o papel do cérebro (decisão, planejamento, comando) e outras, dos órgãos e membros do corpo (operação, execução, controle);
  • Ficar dependente de funcionários, fornecedores ou clientes. É preciso evitar esta dependência que traz riscos significativos para o negócio, elaborando planos de contingência para a falta/desistência destes. "Quem tem um, não tem nenhum". Tenha pelo menos dois funcionários com conhecimento dos processos-chave, dois fornecedores distintos de matéria-prima/produtos e dois clientes com a mesma proporção de receitas;
  • Acreditar que sabe tudo, que não precisa de ajuda e que nunca enfrentará dificuldades. É preciso ouvir e considerar a opinião/sugestão dos funcionários, clientes e fornecedores, se atualizar e se aperfeiçoar continuamente, e buscar ajuda profissional para agregar valor à operação da empresa.

O especialista Sergio Nardi afirma que "por parte do empresário, é preciso muita perseverança, dedicação, arrojo e disposição ilimitada para com o negócio, por parte do próprio negócio, uma estratégia de vendas definida, um plano de marketing minuciosamente elaborado e capacidade produtiva condizente a demanda esperada". 

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